Sustentabilidade e Desenvolvimento
domingo, 5 de agosto de 2012
Reportagem sobre biocombustíveis e desenvolvimento sustentável:
-Física
Ciência cria
alternativas e prepara o mundo para mudanças no clima
Entre os objetivos
estão a redução de gases do efeito estufa e energia mais limpa
O Globo
RIO — Da verificação de que a ação humana está alterando o equilíbrio da
Terra a possíveis medidas de adaptação às mudanças climáticas, a ciência ocupa
um papel central nas discussões sobre o meio ambiente. Enquanto estudos sobre o
passado do planeta e sua atual situação servem de base para modelos de previsão
do que o aquecimento global pode provocar no clima, nos laboratórios um
exército de cientistas busca alternativas para reduzir a emissão de gases do
efeito estufa, gerar energia de forma mais limpa e sustentável ou mesmo saber
como a Humanidade poderá enfrentar os inevitáveis desastres que estão por vir
com o aumento da frequência e da intensidade de eventos extremos como furacões,
tempestades e secas.
— Uma conferência das Nações Unidas, como a Rio+20, acaba sendo muito
pautada pela questão política, mas não há qualquer caminho na discussão que não
esteja amparado pela ciência e pela inovação — lembra Jerson Lima Silva,
diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro
(Faperj), que deverá destinar cerca de 20% de seu orçamento de R$400 milhões a
pesquisas ligadas ao meio ambiente.
Avanço no conhecimento que vira aplicações práticas
No Rio, diversas instituições de ponta participam desse esforço da
comunidade científica mundial. Uma das mais destacadas é a Coppe/UFRJ. Durante
a Rio+20, ela será o único centro de ensino e pesquisa no Parque dos Atletas,
próximo ao local da conferência oficial, no Riocentro, onde uma exposição interativa
apresentará 12 projetos desenvolvidos com instituições parceiras, como um
modelo da usina de geração de eletricidade a partir das ondas do mar instalada
no Porto de Pecém, no Ceará, e métodos para reutilização de resíduos urbanos,
agrícolas e industriais na fabricação de biocombustíveis e biomateriais. A
usina de ondas, por exemplo, foi criada no gigantesco Laboratório de Tecnologia
Oceânica (LabOceano) da Coppe na Ilha do Fundão, um dos poucos equipamentos do
tipo no mundo e que tem entre seus principais clientes justamente a indústria
do petróleo.
— O que a Coppe faz é a fronteira entre a ciência e a tecnologia — diz
Luiz Pinguelli Rosa, diretor-geral da instituição. — Mas não basta somente o
avanço do conhecimento. Só com a ciência, sem aplicação prática, os problemas
não são resolvidos. Então, é preciso combinar teoria e técnica, na ideia de uma
ciência que sirva à Humanidade.
Já na época da Rio 92, a Coppe começou a se debruçar sobre a questão das
emissões de gases-estufa na geração de energia. Então, durante evento paralelo
à Cúpula da Terra, cientistas levantaram dúvidas quanto à "limpeza"
das hidrelétricas, fonte de mais de 85% da eletricidade consumida no Brasil.
Oito anos depois, o pesquisador Marco Aurélio dos Santos comprovou que os reservatórios
de usinas emitem gases do efeito estufa, revelando que eles se originam de um
processo relacionado à decomposição de matéria orgânica por bactérias presentes
na água. De lá para cá, novos estudos mostraram que, na maioria dos casos, as
termelétricas emitem gases duas a três vezes mais que as hidrelétricas
equivalentes, mas há casos em que as emissões das térmicas chegam a ser 100 a
150 vezes superiores. A metodologia aperfeiçoada pela Coppe também foi adotada
por grupos de pesquisa dos EUA e do Canadá e hoje orienta a decisão sobre novos
empreendimentos, que levam em conta a razão entre a superfície coberta pelo
reservatório e a capacidade de geração da usina.
— Diante do peso das hidrelétricas na matriz energética brasileira, esse
tipo de levantamento se mostrou fundamental para a produção dos inventários das
emissões do Brasil, números que são usados pelo país na mesa de negociações
climáticas — conta Pinguelli.
As negociações do clima, no entanto, também devem levar em conta a
capacidade das fontes alternativas de energia de substituir os combustíveis
fósseis emissores de gases-estufa. Mais uma vez, os cientistas colaboram com o
desenvolvimento dessas opções nos laboratórios, pesquisas para aumento da
eficiência do uso da energia que está sendo gerada e seus reais impactos na
mitigação das mudanças climáticas, destaca Lima Silva, da Faperj.
— Conferências como a Rio+20 também pedem que as decisões sejam tomadas
com os pés no chão — defende. — Não adianta estabelecer metas inalcançáveis de
redução das emissões, e neste ponto a ciência ainda pode contribuir muito com
posições mais independentes e menos emocionais. Não se pode impedir que os
países busquem seu desenvolvimento e crescimento econômico com melhoria da
qualidade de vida da sua população, mas esse processo não poderá ser do jeito
que foi no passado. E, no fim, é a ciência que vai buscar as ferramentas e
opções para isso acontecer de forma mais sustentável.
URL: http://glo.bo/MwszMW
Notícia publicada em 10/06/12 - 9h39Atualizada em 10/06/12 -
10h59Impressa em 05/07/12 - 22h06
-Física
Primeiramente devemos saber o que é uma Matriz
Energética, que é um conjunto de balanços energéticos periódicos, construído
para um período de tempo futuro, levando-se em consideração a evolução dos
diferentes cenários.
No gráfico a
seguir, veremos como as fontes de energia, no Brasil, são utilizadas:
Como
podemos ver no gráfico, as principais fontes de energias utilizadas no Brasil é
a hidráulica, vinda das hidrelétricas, com 76,9%. Logo em seguida, vem às
importações, que mesmo sendo a segunda maior, há uma grande diferença da
primeira, de 68,8%, com 8,1%. E assim por diante várias outras fonte, até
chegar a menos utilizada, que é a Eólica, com 0,2%. E ela poderia ser mais
priorizada, pois é a que menos danifica o meio ambiente. Mas isso é o que menos
preocupam, querem mesmo é ganhar mais e mais dinheiro a cada vez que passa.
Depois de
vermos os vários modos de utilização de fontes de energias, agora iremos
analisar o quadro abaixo de consumo de energia por cada setor.
Consumo de energia por setor
|
|
Setor
|
Consumo em %
|
Setor
industrial
|
38%
|
Setor
de transportes
|
27%
|
Residências
|
10%
|
Setor
energético
|
10%
|
Setor
primário (agricultura, pecuária e extrativismo)
|
4%
|
Setor
terciário (comércio e prestação de serviços)
|
3%
|
Setor
público
|
2%
|
Fonte: Ministério de Minas e energias,
Balanço Energético Nacional, 2008
O
setor industrial como vemos de uns tempos pra cá, com a modernização de máquinas,
ele vem crescendo cada vez mais. E por isso é o setor que há um maior consumo
da energia produzida no país, em relação aos outros, com 38%. Pois hoje tudo o
que utilizamos vem das indústrias.
No segundo setor, temos os transportes, que também são muito utilizados.
Como principalmente na modalidade rodoviária, que é usada em todo o país. Quanta matéria-prima é utilizada na produção do
asfalto e de peças automotivas, que são compostas por polímeros e demais
derivados do material sedimentar. Quanto sua aplicação, nos transportes, como
fonte de energia, encontramos uma notória relação com a produção de
combustíveis (gasolina e diesel), utilizada nos automóveis, com 27%.
Na
terceira posição no ranking do consumo energético, tem os setores energético e
residencial, os dois com 10%. Que também são grandes consumidores de energia no
Brasil, usadas de vários modos, como: no chuveiro, máquina de lavar roupas,
torneiras, microondas etc.
Com
base em todos esses dados, podemos concluir que as Matrizes Energéticas são
muito importantes para todo o Brasil, e temos que conservá-las muito bem, para
ter uma ótima utilização.
Operação, vantagens e desvantagens dos tipos de usinas de produção de energia elétrica.
-Física
Usina Hidroelétrica
É o
tipo de usina que utiliza a força da água para gerar energia. Tem a função de transformar energia mecânica
(hidráulica) em energia elétrica.
Funcionamento:
Primeiramente
a usina converte a energia potencial da água represada em energia cinética (da
água). Em seguida essa energia é convertida em energia cinética na turbina, que
movimentam o gerador. E finalmente a energia cinética da turbina é transformada
em energia elétrica no gerador, que será enviada pelos condutores ao seu destino.
Vantagens:
A
usina hidrelétrica utiliza energia natural, renovável e não poluente, que é a
água. Ela armazena facilmente sistemas de
abastecimento de água para recreação ou de irrigação.
Possui o uso de tecnologia própria e é responsável pelo grande potencial
hidrelétrico no Brasil.
Desvantagens:
A
usina hidrelétrica pode causar alterações ambientais (climáticas) produzidas
pelo armazenamento de grandes massas de água, o deslocamento e até a extinção
de populações animais e vegetais, em função do desapropriamento e da inundação
de grandes áreas de terra. Também pode haver a possibilidade de destruição de
sítios arqueológicos.
Custo
de instalação, capacidade de produção e características de operação:
Uma
hidrelétrica é composta por diversas obras, por isso, o custo de instalação
pode variar de acordo com a capacidade de gerar energia, com a localização,
entre outras características. O preço de uma construção pode ficar em torno de
7 a 12 bilhões de reais. A capacidade de produção também pode variar. No
Brasil, por exemplo, pouco menos de 60% da capacidade hidrelétrica instalada,
está na Bacia do Rio Paraná, com 39.262,81MW. Já a Bacia do Rio Amazonas tem
capacidade de 1,0% (667,30 MW) (fonte: http://www.aneel.gov.br/aplicacoes/Atlas/energia_hidraulica/4_5.htm).
As pequenas centrais hidrelétricas (PCH’s) produzem de 1MW a 30MW e
possui um reservatório com área inferior a 3 km² e as grandes centrais
hidrelétricas (GCH’s) produzem acima de 30MW.
Usina Termoelétrica
Tem
a função de transformar energia térmica (gerada pela queima de combustível) em
energia elétrica.
Funcionamento:
Em
primeiro lugar, a água é aquecida em uma caldeira, que virará vapor. A força do
vapor irá movimentar as pás de uma turbina, que consequentemente movimentará um
gerador. A caldeira é aquecida com a queima de combustíveis fósseis, que depois
liberados na atmosfera. Então a energia térmica gerada pela queima de
combustíveis será convertida em energia cinética do vapor d’água em movimento.
A usina termoelétrica converte a energia cinética do vapor d’água em energia
cinética na turbina. Após o vapor ter movimentado as turbinas ele é enviado a
um condensador para ser resfriado e transformado em água líquida para ser
reenviado ao caldeirão novamente, assim, um novo ciclo começa. Por fim, a
energia cinética da turbina é transformada em energia elétrica no gerador.
Vantagens:
A
usina termoelétrica possui um baixo custo de instalação comparado aos custos de
usinas hidrelétricas e nucleares e tem a possibilidade de implantações mais
próximas do mercado consumidor.
Desvantagens:
Esse
tipo de usina utiliza, na maioria das vezes, combustíveis fósseis não
renováveis e possui uma elevada taxa de poluição ambiental, gerando alterações
irreversíveis ao meio ambiente.
Custo de instalação, capacidade de produção
e características de operação:
O
custo de implantação é em torno de U$ 7,000.00 em suas versões
residenciais, de abastecimento autônomo, mais simples. A maior termoelétrica do Brasil é a localizada
no município de Duque de Caxias, no Estado do rio de Janeiro, TermoRio, que
possui uma potência de 1.040MW.
Usina Termonuclear
Transforma
energia nuclear, gerada pela queima de combustível nuclear, em energia
elétrica.
Funcionamento:
O
combustível utilizado na usina termoelétrica para gerar eletricidade é o
nuclear. A água é aquecida pela energia nuclear, transformando-se em vapor e
convertendo a energia nuclear em energia térmica. O vapor a alta pressão
movimenta uma turbina que consequentemente, gira um gerador. A energia térmica
é convertida em energia cinética do vapor d’água em movimento, essa energia é
transformada em energia cinética na turbina e depois em energia elétrica no
gerador.
Vantagens:
No
Brasil, utiliza potencial nuclear brasileiro, pois há uma considerável reserva
de urânio em solo nacional. Assim como as usinas termoelétricas, tem uma
possibilidade de instalação mais próxima do mercado consumidor.
Desvantagens:
O custo de
instalação de uma usina termonuclear é bastante grande. Há a possibilidade de
acidentes nucleares, os resíduos produzidos são muito tóxicos e atualmente, não
podem ser reaproveitados.
Custo
de instalação, capacidade de produção e características de operação:
Os custos de
implantação de uma usina termonuclear podem variar de US$0,03 por kilowatt/hora até US$0,14. Essas
usinas possuem capacidade de produção igual ou
superior a 1.000MW.
Usina Eólica
Transforma
a energia gerada pela força dos ventos (energia eólica) em energia elétrica.
Funcionamento:
A
força dos ventos movimenta uma hélice gigante conectada à um gerador que produz
eletricidade. A usina eólica converte a energia eólica em energia cinética na
turbina e essa energia é transformada em energia elétrica no gerador.
Vantagens:
A
usina eólica utiliza energia natural, não poluente e renovável. A instalação é
móvel e quando retirada pode-se fazer toda a área utilizada. Possui um baixo
tempo de implantação (menos de seis meses) e diminui e emissão de gases de
efeito estufa.
Desvantagens:
O
custo de instalação de uma usina eólica é alto, tem a necessidade de uma
situação geográfica favorável, com ventos intensos e constantes, que reduzem a
quantidade de locais de implantação e gera um impacto visual devido aos aerogeradores.
Custo
de instalação, capacidade de produção e características de operação:
O
custo de produção de uma usina eólica é em torno de R$147 por MWh. A
definição do preço está totalmente ligada às características do projeto, como:
infraestrutura viária, infraestrutura de rede elétrica, tipo de solo, classe de
vento, características do terreno e incluindo, obviamente, o aerogerador
(fundação, torre, pás, nacele e transformador). O potencial é com base na velocidade do vento, se o vento atrasa, todo o
sistema fica mais lento e as turbinas eólicas não estarão funcionando com boa
capacidade. No Brasil, o potencial eólico é cerca de 250
000MW. Para implantação de uma usina eólica é necessário, primeiramente,
definir a(s) área(s) e analisar o potencial eólico nestes locais. É importante
também analisar as características topográficas e de vegetação da região.
Usina Solar
Transforma
a energia solar em energia elétrica.
Funcionamento:
Na
usina solar, a energia proveniente do sol, pode ser utilizada para aquecer a
água, transformando-a em vapor que movimentará as turbinas, ou pode ser
convertida diretamente em energia elétrica através de painéis recobertos com células
fotoelétricas. Depois, a energia elétrica passa por transformadores que a
preparam para ser transmitida.
Vantagens:
Usina
solar produz energia que não polui durante o seu uso, a sua instalação não
necessita de grandes investimentos em linhas de transmissão, os painéis estão
tornando-se mais potentes e o custo está decaindo e as centrais necessitam de
pouca manutenção.
Desvantagens:
Os
painéis solares possuem rendimento de apenas 25%, locais que possuem latitudes
médias e altas sofrem quedas na produção de energia durante o inverno e as
formas para armazenar a energia são pouco eficientes comparadas à combustíveis
fósseis e com a usina hidrelétrica.
Custo
de instalação, capacidade de produção e características de operação:
A
produção é feita normalmente em regiões com baixa taxa de nebulosidade, onde os
dias sejam ensolarados na maior parte do ano. Também é implantada em regiões
com baixa umidade relativa do ar e clima mais seco. O custo de instalação de um
sistema que produz 5 quilowatts-hora pico (kWp) é de 602 reais por
megawatt-hora (MWh). Uma usina solar com potência ativa de 1MW tem capacidade
de produzir 150MWh mês, como a usina de Tauá.
Energia renovável e não renovável.
-Física
A energia renovável é
a energia que vem de recursos naturais como sol, vento, chuva, mares e energia geotérmica,
que são hidrelétricas. A energia do sol é convertida de várias formas para
formato conhecidos, como a biomassa (fotossíntese) e a fotovoltaica que contêm
uma significativa quantidade de energia, e que são capazes de se regenerar por
meios naturais.
Recursos energéticos não renováveis é o nome utilizado aos
recursos naturais que, quando utilizados, não podem ser repostos pela ação
humana ou pela natureza, a um prazo útil. Exemplo de recursos energéticos não renováveis
são os combustíveis fósseis e os nucleares, são considerados assim, porque sua capacidade
de renovação é muito reduzida comparada com a utilização que deles fazemos. As reservas
destas fontes energéticas irão ser esgotadas, ao contrário das energias renováveis. As fontes não renováveis são atualmente as
mais utilizadas os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás natural) são fortemente
poluidores.
RIO +20
-Física
Conheça os princípios e as polêmicas da Rio+20
Economia verde, erradicação da pobreza e governança ambiental são os
temas centrais da conferência
Flávia Milhorance
RIO — Quarenta anos depois da Conferência de Estocolmo e duas décadas
após a Rio 92, a Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20) será realizada no Rio de Janeiro entre os dias 13 e 22 de
junho de 2012. A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela
assembleia geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009. E a ideia
principal é exatamente revisitar as conferências de meio ambiente já realizadas
com o objetivo de avaliar os avanços e propor novas metas para o
desenvolvimento sustentável.
A Rio+20 será composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15
de junho, está prevista a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se
reunirão representantes governamentais para negociações dos documentos a serem
adotados na conferência. Em seguida, entre 16 e 19 de junho, serão programados eventos
com a sociedade civil, que, assim como em 1992, ocupará o Aterro do Flamengo, a
Cúpula dos Povos. De 20 a 22 de junho, ocorrerá o Segmento de Alto Nível da
Conferência, quando participarão chefes de estado e de governo dos
países-membros das Nações Unidas.
Apesar do grande número de confirmações, especialistas vêm sinalizando
para um possível esvaziamento da conferência, já que chefes de estado e de
governo de países desenvolvidos, capazes de tomarem decisões efetivas sobre o
desenvolvimento sustentável podem não comparecer. Já praticamente descartaram a
presença o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, a chanceler alemã,
Angela Merkel, e o primeiro-ministro britânico, David Cameron.
Há dois temas principais a serem discutidos durante a conferência: a
economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da
pobreza; e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável. Em
termos gerais, a economia verde defende que investimentos públicos e privados
voltados para o crescimento econômico leve em consideração a redução de
emissões de carbono e da poluição. Ela inclui processos relacionados ao combate
das mudanças climáticas e visa reverter tendências insustentáveis, como o
consumismo e a crescente desigualdade, a contaminação dos ecossistemas e do
próprio corpo humano por substâncias químicas.
Na sociedade civil as opiniões se dividem: uma parte acredita que o
conceito, mesmo com limitações, pode trazer resultados interessantes, enquanto
outra parte se coloca totalmente contra a economia verde. O grupo de
articulação da Cúpula dos Povos, por exemplo, já se posicionou formalmente
contra a implementação da economia verde. Eles afirmam que o conceito alimenta
“o mito de que é possível o crescimento econômico infinito”. Ainda de acordo
com o grupo, este modelo econômico não diminui o extrativismo de combustíveis
fósseis nem altera os atuais padrões de consumo e de produção industrial.
Já as discussões sobre a estrutura institucional para o desenvolvimento
sustentável apontam para a reforma da Comissão sobre Desenvolvimento
Sustentável (CDS). O objetivo, segundo a ONU, é reforçar o monitoramento da
implementação da Agenda 21, adotada durante a Rio 92. A Cúpula dos Povos, por
sua vez, acredita que isto enfraqueceria a reafirmação dos Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM), cujo prazo termina em 2015, e até agora,
nenhum país conseguiu atingir integralmente suas metas. Além disso, a CDS seria
utilizada para promover a economia verde.
Quanto à reforma das instituições ambientais, vários países têm apontado
a importância de que sejam fortalecidas as capacidades de trabalho do Programa
das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), aumentando a previsibilidade
dos recursos disponíveis para que essa instituição apoie efetivamente projetos
em países em desenvolvimento. Segundo a ONU, a reforma da estrutura
institucional para o desenvolvimento sustentável deverá observar o equilíbrio
entre as questões sociais, econômicas e ambientais.
Desde 2010, reuniões do Comitê Preparatório (conhecidas como “PrepComs”)
vem sendo realizadas. Além das “PrepComs”, diversos países têm realizado
“encontros informais” para ampliar as oportunidades de discussão dos temas da
Rio+20. O processo preparatório é conduzido pelo subsecretário-geral da ONU para
Assuntos Econômicos e Sociais e Secretário-Geral da Conferência, Embaixador Sha
Zukang, da China.Os Estados-membros, representantes da sociedade civil e
organizações internacionais tiveram até o dia 1º de novembro para enviar ao
Secretariado da Conferência propostas por escrito. A partir dessas
contribuições, o secretariado está preparando um texto-base para a Rio+20,
chamado “rascunho zero”.
Desde o início do ano, uma série de reuniões estão sendo realizadas em
Nova York para definir o rascunho zero. O documento já teve diversas alterações
devido à dificuldade de se chegar a um consenso entre os negociadores. Ele
começou com 19 páginas, chegou a 278 e foi para 150 na rodada de negociações de
maio, que seria a última delas. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon,
declarou que na impossibilidade de se chegar a um consenso sobre os 26 pontos
do documento, a prioridade para as negociações durante a Rio+20 deve ser o
estabelecimento dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Ele anunciou
ainda o lançamento de uma plataforma digital para acompanhar a implementação
dos Objetivos do Milênio, e que ela acolherá também dados e iniciativas de
países sobre os futuros Objetivos de Desenvolvimento Sustentável.
— Ela vai nos ajudar a monitorar nossos esforços, inclusive os
compromissos assumidos no Rio – disse Ban a respeito da plataforma,
implementada com recursos de doações do Canadá, da Coreia do Sul e da Nigéria —
explicou o secretário-geral.
Apesar das muitas divergências sobre o texto-base da Rio+20,
especialistas cobram maior ousadia, a ministra do Meio Ambiente, Izabella
Teixeira, disse que o governo brasileiro está satisfeito com o documento.
URL: http://glo.bo/LB6M6h
Notícia publicada em 7/06/12 - 11h07Atualizada em 7/06/12 -
11h13Impressa em 05/07/12 - 22h10
Biocombustível.
-Física
Biocombustível ou agrocombustível é o combustível de origem biológica
não fóssil. É produzido, geralmente, a partir de uma ou mais plantas. Todo material
orgânico gera energia, mas o biocombustível é fabricado em escala de comercial
a partir de produtos agrícolas como: cana-de-açúcar, mandioca, milho,
beterraba, algas.
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